Este seria meu espaço-tempo, com um lugar ao balcão que me pertença. Naquele horário em que algumas cabeças já teriam ido embora, todos já teriam suas febres de final de semana amenizadas, ruminando os efeitos de suas cervejas com alguns power acordes. E então quando essas condições de temperatura e pressão se encontram, as pessoas começam a se abrir ao meio à volta. Elas já estariam ali tempo suficiente para se sentirem em casa, para saberem se o cara da mesa ao lado é um chato pendurado no celular ou um bêbado inconveniente, já trocaram as fofocas pendentes com seus amigos, então já são estimuladas pelo próximo causo que a náitchi pode trazer.
E então começam a conversar com estranhos.
E então começam a conversar com estranhos.
E é nesse momento que eu gostaria de existir, quando o estranho é promovido à novidade, as pessoas bebem socialmente e sorriem, contam suas boas histórias, falam dos bons shows que viram, das cidades que nasceram, são simpáticas e educadas, etilicamente receptivas, vão contar algum drama circunstancial de sua vida, como se aquilo guardasse uma grande chave de iluminação, vão cantar uma música em coro, vão concordar sobre algum filme. Mas o mais importante, o mais mágico, é que vão se ouvir, vão prestar atenção de verdade naquilo que o outro está falando, naquela fração de turno, estarão verdadeiramente receptivas àquele universo de circustâncias que segura o copo ao lado.
E talvez por isso, naquele momento, se sorriem como amigos de verdade.
E talvez por isso, naquele momento, se sorriem como amigos de verdade.
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