Outro dia passou no GNT um documentário sobre John e Yoko e aquele protesto(?) pela paz que fizeram. Complexo isso, né? Eu visto meu pijama, deito na minha cama, fico lá, com minha esposa feia feito um incêndio apagado com chave-de-roda e digo que faço isso pela paz. Tá, belê, eu tenho o direito de fazer o que eu quiser e dizer o que quiser. Eu, blogueira, poderia até dizer que só escrevo com caneta bic em sinal de protesto contra a situação das baleias nos mares da China.
Mas voltando ao casal, eles ficam num noblíssimo endereço, com um sujeito da gravadora para controlar o trânsito de pessoas, cheios de repórteres em volta. Aí vi o Lennon, com aquele troço do lado (despenteada de manhã é pior ainda!), falando que o sistema é o capeta e que precisamos nos levantar contra o establishment. Aí, eu, humilde e mortal, sem pijama extra-cool,décadas depois, no aconchego do meu lar, olho aquilo e digo pra mim mesma Hein?! Será que foi ali que começou essa filosofia de achar que violência se combate com passeata vestido de branco na Orla da Zona Sul? Acho tão engraçado quando criticam O Sistema; pra mim sempre soa como querer ser revoltado e não ter contra o que de fato lutar. E justo ele vai mandar essa, tão errada? Com uma gravadora das grandes e toda a mídia sustentando aquele suposto ato pela paz? O que me revolta é que o mundo engoliu essa, mais de duas décadas depois, nego faz documentário, como se ficar deitado tivesse realmente desarmado um soldado que fosse atirar contra uma mulher com o filho no colo ou definido a retirada de tropas de algum lugar. Feio, muito feio...e olha que nem tô falando da Yoko.
Parece que o máximo que podemos fazer é não fazer nada. Contra a violência, eu não dou tiro em cidadão na rua (nem fora dela). Tá, de fato, isso faz sentido, é a parte de cada um, mas precisa mesmo ter essa indústria toda por trás, que não passa de um braço do sistema? Por essa lógica, digo eu que faço muito pelas baleias nos mares da China, ainda que eu parasse de usar as minhas bics, afinal, nunca tomei um arpão nas mãos e mirei contra elas. Mas não se preocupem, eu não vou parar de usar bic, não!
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