Deus é justo, mas a sua saia...

Tem um programa na TV que me assola: Saia Justa, que passa no GNT. Eu sei que tem gente, que, diante de uma afirmação desta deve se surpreender, afinal, eu, culta, erudita e morena (com ironia, por favor), devia me esquentar com programas muito piores e estúpidos do que esse, que, além de tudo, é refinado, com assuntos interessantes e mulheres finas, inteligentes e bem-sucedidas e bem penteadas aviliando o cotidiano. Sim, até certo ponto... Eu de fato me incomodo mais com outros muito piores, coisa que realmente há, mas essa abordagem da mulher (leiam isso com tom pejorativo, por favor) é algo que faz torcer o nariz. Eu não aguento aquele cenário projetado, de tons pastéis e luz bem dosada onde elas ficam brigando pela palavra tentando parecer que não, que se respeitam e que são civilizadas. Passo longe de achar a Luana Piovanni fina e mais ainda de achá-la inteligente; não gosto daquele ar intelectualóide-blasé que a Bete Lago tem e nem a acho tão bem penteada assim. Quando às outras duas, não acho que têm carisma suficiente para eu esquecer o resto e me aninhar sob o aconchego da luz fria da TV para me entreter nas noites de quarta. Eu podia dizer que é um programa baseado em achismos, mas isso não me incomoda, até mesmo por crer que poucas coisas conseguem fugir disso, mas acho, sim, muito superficial e, mais ainda, artificial. Achava a primeira versão mais interessante, Marisa Orth conseguia me fazer ignorar o umbiguismo da Fernanda Young e a Rita Lee ora tava lá dando uma de louca, ora mandando uma bola fora; tinha té um mérito, os assuntos oscilavam mais de campos e perspectivas interessasntes, e o cenário era mais leve, de espaços mais vazios e autênticos. As discussões continuavam dando em lugar nenhum, mas percorriam caminhos mais interessantes.
No funo, acho que seria mais interessante colocar homens e mulheres para confrontar suas opiniões e tentando desvendar um pouco desse espaço que há entre esses dois universos, num cenário com a Monalisa de um lado e Jimi Hendrix do outro.
Ah, ou não, tambem. É só o que eu acho, mas quem disse que tô certa?