A coluna do psicólogo explica

Ôstro (sic) dia, me deu uma lôca, entrei no jornaleiro e a única coisa que conseguiu chamar minha atenção, apesar das inúmeras edições lá contidas sobre história, literatura e ciência, foi uma revista bem mulherzinha, uma edição da Nova, a nossa Cosmopolitan (quem já assistiu Sex and the City sabe bem do que estou falando). Para (a minha) surpresa total, foi com ela que saí debaixo do braço.
Conseguem imaginar? Eu, que tenho sempre exemplares interessantes e variados comigo, estava ali, sucumbindo à indústria-capitalista-que-cria-mulheres-inspiradas-na-Barbie-veterinária-que-tem- jaleco-rosa-e-atende-aos-cães-com-as-suas-unhas-postiças-longas-e-pinks.
Ideologias radicais de lado, admito que me rendeu boas risadas a minha inusitada aquisição. Li coisas interessantes, como a psicóloga que, contra o olho-gordo, recomenda uma árvore de alho na mesa do escritório, ou da mulher que se entregou aos prazeres carnais com o seu mecânico. Queria ter a dignidade/cara-de-pau de dizer que comprei por interesses antropológicos, mas não!, quis! cobicei!, ainda li a última página que falava das "reportagens" da próxima edição e tive vontade de lê-las também!!!!
Mas o que me ficou, e isso de certa forma eu já sabia, é que o sexo feminino tá (muito) perdido. Aquela liberação sexual trouxe mais benefícios para os homens do que nós, porque hoje eles não são obrigados a pagar a conta do restaurante e ainda cabe a nós estar sempre penteadas, de pele bonita, na moda, unhas feitas, perfumadas, e ainda arranjar tempo para estar antenada com cinema, livros e mundo, cuidar da carreira, sem perder o bom-humor, porque mulher chata não casa mesmo! E mesmo sabendo de tudo isso, poucas topariam trocar esse show circense por um mero fogão e tanque.
Mas o pior defeito mesmo foi ter escrito esse post como se fosse algum artigo de revista-mulherzinha.
Chega, vai! E sem reticências!