Era aquela hora em que o sol conseguia se esquivar das persianas e jogar um raio de luz bem na parede em frente à cama. Ela, sempre com sono sensível à claridade, abriu os olhos sem se mexer muito. Ainda estava sonolenta, ia só virar de lado e achar outra posição para voltar a dormir. Mas então viu que aquela manhã era diferente, ele estava lá. Estava lá, dormindo plácido, entregue a uma respiração lenta e compassada. Ela deixou o sono de lado para fitá-lo nos olhos fechados por um tempo breve. Encheu os pulmões de ar para que aquele cheiro que estava nos lençóis ficasse bem marcado em sua memória. Passaram coisas cotidianas pela cabeça, café-da-manhã, aquele ensaio que não tinha terminado, aquele peça que era para hoje, tudo como um piscar; sua mente estava ali, junto com todo o seu corpo. Sorriu um sorriso que só ela saberia que existiu, então girou o corpo com cuidado, ele se mexeu, fez menção de abrir os olhos, mas só esticou o braço e puxou o corpo dela para perto do seu, mergulhando o rosto nos cachos, murmurando alguma coisa inintelegível, mas que soou doce naqueles ouvidos de mulher.
Se ia fazer sol naquele dia, não importava mais; tudo ali estava no lugar.
2 comentários:
tu escreve bem pra kct!
te amo
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