A janela abriu num golpe seco, deixando entrar o vento que corria e sibilava, as cortinas pesadas se ergueram quase até o teto antes de que ela acordasse e se desse conta do que se passava. Sentou-se e olhou em volta placidamente; o vento não havia parado. Assistiu seus papéis se misturando às folhas secas e galhos que se apressavam em entrar, olhou para a TV ligada e viu aquela falecida e imortal cantora, naquele verso que ela mesma havia entoado várias vezes. Correu os dedos languidamente pelos cabelos emaranhados, não se preocupando em se proteger do frio que estava instalado no quarto.
Metáfora interessante, pensou.
O vento não havia parado de soprar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário