Diazinho chato, de reunião inútil, probleminhas tolos e burocracia. Olhou no relógio, já passava há muito das 20hs. Começou a catar suas pastas e livros, desceu pelo elevador, saiu do prédio e andou até seu carro, teve que soltar toda aquela papelada para poder achar as chaves que estavam no fundo da bolsa, a cara era de pouquíssimos amigos.
Começou sentir os primeiros pingos de chuva nos ombros e a chave ainda nem tinha dado sinal algum. Continuou a correr os dedos no fundo do forro da bolsa e então encontrou. Abriu o carro correndo, colocou tudo no banco do carona e se jogou em seu banco, expirando longamente, tentando se libertar de parte daquele mau-humor. Em vão.
Começou a ouvir o celular vibrando no fundo da bolsa, já ia lançar outro xingamento, mas então ouviu os acordes e Jack Johnson cantando o refrão. "Já já tô em casa", dizia a mensagem. Sorriu largamente.
Ligou o carro com um sorriso no rosto e foi dirigindo cantarolando a música. Dia bom aquele.
2 comentários:
Sem sombra de dúvida uma das coisas mais belas que eu já li.
Bela por traduzir visceralmente essa sensação de uma palavra, um gesto feito num momento infeliz. Sensação que insiste em retornar e cobrar juros das contas que não foram devidamente quitadas e da qual o arrependimento é o credor.
Quem nunca quis voltar o tempo levante a mão.
ooops.. essa mensagem era pra estar no texto abaixo ("Dores")
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