Há?

Há frases que lembro, junto com imagens silênciosas de tão eloqüentes. Há outras imagens que me trazem juntos aromas, como as fumaças que deixavam cheiro de tabaco em meus cabelos, ou então aquele cheiro com o qual sempre acordo quando sonho com você. Há então aquelas melodias sem palavras, que são capaz de dizer mais que mil discursos; há os sabores na memória, ou a memória dos sabores; há aquelas lembranças que me esfregam as pontas dos dedos, que me acariciam a face; ou então aquelas me fazem rir, das suas piadas, da sua própria risada, do seu nãop!, ou só me fazem sorrir, como da sua voz quando acorda.
E há aquelas que mais me tiram o sono, que mais me perseguem; são completamente imateriais, e até mesmo me questiono como foi que as consegui, como as acesso; são memórias de sensações, sentimentos; que não moram em sentido algum, que não tem hora para me assaltar, e quando elas vêm, me pergunto se realmente vieram, se realmente me assaltaram. Se elas, de fato, há.