sexta-feira, março 30, 2007

Sobre guarda-chuvas e doçuras

Fico aqui pensando, quase uma travessura por ser tão tarde. Pareceu-me entender por um minuto o porquê de certas coisas. Como, por exemplo, porque o mundo é assim tão do jeito que ele é; porque esquecemos que certas coisas preciosíssimas custam tão pouco, quase nada. (E já falei disso aqui antes...)
Depois do último gole de xarope do dia, me perguntei se nós, adultos (tá, pode pôr um pouquinho de ironia nessa), não preferiríamos que o médico nos receitasse xarope infantil docinho, que tomamos a dose e ainda lambemos o copinho. E acho que é isso que nos endurece, não ter mais gente disposta a enrolar brigadeiros e pô-los em forminhas para o nosso aniversário; não relembrar as piadas bobas que sempre arrancam risadas; cumprimentos gélidos de aperto de mão e batidinhas nas costas. Será que não queremos (e necessitamos) daqueles acabamentos arredondados nas ponteiras do guarda-chuvas, como os das crianças têm, para que não furem os olhos? E em que idade ter uma escova de dentes com um sorriso sempre aberto pra mim passou a ser errado? Quem quer argumentos e razão quando pode ter uma boa tigela de sorvete com calda e castanhas para se acalmar?
Me pergunto, algum dia eu disse que não queria mais que entrassem no meu quarto à noite para ver se estou com frio, ou que não cantassem mais para eu dormir?

Um comentário:

Anônimo disse...

Por isso que virei animador...