segunda-feira, maio 21, 2007

Perdón, señora?

Estudo numa universidade que tem convênios com inúmeras outras de todo mundo e abriga muitos alunos de intercâmbio. Até aí, tranqüilo, não tenho nada contra povo algum, origem nenhuma. Mas tem algo que me corrói por dentro: é quando vejo alunos regularmente matriculados lá que não falam, nem tentam falar, a nossa língua. Vejo que essa postura é mais comum em latino-americanos e espanhóis, mas falantes do inglês não escapam em sua totalidade. Pode parecer que é um patriotismo da minha parte e só, não deixa de haver um certo fundo, mas não é só isso. Quando vamos estudar no exterior, temos que apresentar inúmeros certificados, reconhecidos por ministérios de educação (que aliás, nenhum é barato) para atestar que não só falamos a língua como falamos bem bagarai, nível de falante nativo mesmo. Sequer acho que os outros países estejam errados, nós é que estamos; aquela filosofia de brasileiro que tudo que vem de fora tem mais valor do que o que há aqui não tem grandes sinais de mudanças.
E os estudantes estrangeiros estão tão acostumados com isso que acham que você tem a obrigação de entender o idioma deles quando eles precisam de alguma informação. Mas eu, que sou eu, nem penso duas vezes, falo na lata que não entendo o que estão falando.
Lembro de uma aula que tive, havia uma moça que viera de Barcelona e a professora fez uma pergunta a ela. Ela resolveu responder em espanhol, e ainda disse que não saberia se os demais iriam entendê-la. A professora disse que sim, que ela podia falar em sua língua-mãe que todos entenderíamos. Levantei a mão lá no fundo (sempre sento no fundo) e disse que não, que não sei falar espanhol. Todos me olharam, como se eu fosse muito limitadinha; no mesmo fôlego continuei:
-Você poderia até falar inglês, francês, alemão vou entender um pouco, polonês vou ter alguma noção, latim eu chego lá; mas espanhol sou nula.
Ainda tentaram argumetar:
-Mas é tão fácil...
-Nunca estudei.
-Mas qualquer um entende.
-Nunca estudei e não compartilho dessa ilusão de brasileiro.
É isso, se as pessoas no meu país se acham no direito de terem má vontade com a minha língua, farei o favor de fazer o mesmo com elas. A diferença é que aqui eu sei ler panfletos e placas, não sou eu que preciso que me digam qual o ônibus certo....

2 comentários:

Anônimo disse...

N sabe pq n quer, se quisesse estudava 2 meses e ia me dar aula ate...

Gabriel Cruz disse...

Isso me lembra uma coisa que vale a pena colocar como post no Biel Blog! Dá uma olhada lá depois!!

Em tempo... concordo plenamente com o que disse!!!