Após o terrível acidente do avião da TAM, foi lançada a campanha "cansei" para sensibilizar a sociedade civil a protestar contra o caos aéreo e a corrupção. Movimento mais que justo, reivindicação mais do que acertada.
Mas se querem minha opinião (senão quiserem, não venham ler me blog), todo esse problema nos aeroportos só tem esse alarde porque mostrou que não adianta ser rico para fugir da crise. Aquele que tem dinheiro hoje pra pagar uma passagem de avião+taxas termina padecendo na sala de embarque como um doente na fila de um hospital público.
Os absurdos do país não são de hoje, mas o poder de mudar as coisas está na mão da sociedade que pode. A regra que sempre imperou no país foi outra; não há médicos nos hospitais, "ok, eu posso pagar um plano"; não há condições básicas de ensino, "ok, eu posso pagar uma boa escola"; o transporte público não funciona, "consegui comprar meu carro"; a polícia invadiu o morro; "eu moro no asfalto". Agora a ordem mudou, não adianta gastar a mais para fugir das estradas em ruínas que temos, não há garantias de que vai conseguir chegar ao seu destino. E cerca de 200 vidas descobriram o que realmente significa isso.
Corrupção e desgoverno não são notícias novas.
Não quero, nem posso, aqui fazer um manifesto comunista ou xingar o povo de burguês, dizendo que a solução tem que partir da classe operária. Isso, aliás, seria minimamente ridículo, visto que faço faculdade, falo mais de um idioma e estou escrevendo em um computador, oras! Até porque acredito mesmo que solução parte de todos. O que critico é essa postura do brasileiro de "não me atinge, não existe", que termina gerando a filosofia "vou fingir que não me atinge, vai resolver".
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