quarta-feira, setembro 26, 2007

Não-piada

Sujeito na fila da padaria dentro de um mercado:
—Quero ÔTO pão. — Era visível, ele tinha alguma deficiência, não dava para saber se de ordem fonoaudiológica ou mental, mas tudo bem.
O padeiro reponde:
— Oito?
— É, õito!
— Õito pãum intão.
O padeiro, após confirmar um pedido, tinha um leve sorriso nos lábios. Aquilo não soou bem. Como assim um funcionário fez chacota da deficiência de uma pessoa? Uma cliente que passava ali e se revoltou com a cena. Fico andando em meio à garrafas de guaraná e rolos de papel toalha sem saber muito o que fazer. Pensou em meter o dedo na cara do padeiro e expô-lo diante de todos. Respirou fundo. E decidiu procurar um funcionário com mais autoridade dentro da loja.
— Um funcionário fez chacota com a deficiência de um cliente.
— Quem? — perguntou o gerente. — Me diz quem que vou lá reclamar.
— Um da padaria.
— Um calvo, de cabelos castanhos claros?
— Esse mesmo! — Os olhos da cliente brilhavam, aquele seria um dia em que haveria justiça e respeito.
— Ah, o Fulano. Ele tem um grau leve de deficiência mental. É um programa nosso de contratar pessoas com algum tipo de deficiência.

Moral da história? A primeira é que o Mundial respeita a lei; a segunda é que por mais que a gente possa imaginar que esteja preparado para viver em uma sociedade com oportunidades iguais, ainda tem muito o que aprender.
Mas eu me pergunto se o Fulano da padaria só atendeu o outro porque não era nenhum negão de dois metros e 140Kg.

7 comentários:

xistosa, josé torres disse...

Como podemos encarar os deficientes e integrá-los se eles próprios desconfiam uns dos outros.
O mundo nunca será justo.
E eu concordo ...
Quando comecei a aprender a ler e escrever, aos 6/7 anos, havia cadernos com duas linhas.
Não sei o nome que aí dão se é que ainda existem
Em vez de terem uma linha para escrever, tinham duas linhas paralelas, para entre elas, aprendermos a escrever as letras.
Será sempre um mundo assim, com duas paralelas, umas para os deficientes, outra para os ditos (a)normais!

Anônimo disse...

Quer saber... Essa ai não é de estranhar.
O pior é querer que "deficientes" camuflem as suas deficiências.
Visite o meu blog: http://jornaloide.com

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ALL STAR disse...

Caracas caracudas.....a vida sempre supera a arte, realmente!
Eu, com meu lugar garantido nas profundezas, pagaria para assistir a essa cena. IMPAGÁVEL, tão somente por ser REAL!
A sobriedade da mulher que, racionalmente, procurou o gerente deve servir de ensinamento para a vida.
Nem sempre o negão com camisa do flamengo, cordão de São Jorge, correndo com uma arma na mão, com gritos de pega-ladrão ou assassino ao fundo é o bandido...CUIDADO com os julgamentos rápidos! Se der tempo de ser zem, tudo acabará bem!

Zumbi disse...

As aparencias enganam...

Justo disse...

CARACAS!!!!!!!!!!!
Adorei!
Beijos!

Urania disse...

Então...

Por isso que eu acho que as pessoas menores podiam nascer com um botãozinho escondido "modo negão de dois metros, acionar". Sabe? E eu ia ser uma que ia adorar, em certos momentos, ser um negão avantajado... Queria ver quem ia se meter aa besta.

rs rs rs
:)