quinta-feira, novembro 15, 2007

Posto que passado é mar infindo


Quando te vires bem no horizonte, faz arder o fogo da nossa memória para eu saber que é de mim que te afastas e por mim suspiras. Perdoa os relâmpagos que correm raivosos. Só são raivosos porque não compartilham da paciência serena das nuvens.
Do teu fogo que faz correr a parafina chorosa, guardarei apenas seu sorriso caloroso e aquela minúsucla brasa que ergue a chama austera acima dos próprios ombros.
Solta no ar a cor púrpura da tua vontade, faz soar os sinos da tempestade que se faz próxima, traz as conchas do mar que te trouxe e agora te leva embora. Busca as sedas, pérolas, mirra e histórias do oriente apenas para crermos que toda a tua ausência vale a pena. Eu sei, não pela riqueza, somente pelo prazer da chegada e da comunhão da despedida.

2 comentários:

xistosa, josé torres disse...

Só pelo prazer da chegada.
A partida nunca poderá ser em comunhão!

Anônimo disse...
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