segunda-feira, novembro 05, 2007

Se7e

Não chega a ser uma comemoração, mas a data de hoje é algo caro, para ser lembrada: 7 meses de feliz união. Ele saiu correndo na frente e escreveu um post que, por mais que as pessoas leiam e gostem, nunca vão gostar como eu, elas não estavam lá, não vão conseguir ler nas entrelinhas.
E eu, apesar de minha síndrome de irmã caçula (ou guitarrista, se preferirem), que sempre pode fazer melhor, vou avisando que não quero corrigir nem melhorar nada, estou apenas dando a minha versão; ou seja, como eu leio, e ouço, as coisas.

Era uma quarta-feira nublada, provavelmente, 7 de fevereiro.
As ruas ainda estavam úmidas devido à fina chuva que caia naquele dia. Resolveu ir caminhar. Pra onde? Não importava. Se fosse em tempos idos, mas não muito remotos, um maço de cigarros, seu zippo, um walkman e alguns trocados no bolso o levariam para qualquer lugar na cidade. Mas isso foi há muito tempo. Naquele dia, apenas o mp3 player o acompanhava sem cerimônias. Precisava de ar. Precisava ordenar sua mente ante a tempestade que pairou sobre sua vida por tanto tempo.
Passou o perfume, pegou as chaves e saiu.
Naquela época já não sentia dor alguma, tampouco arrependimento, afinal, sempre há um lado bom até mesmo nas piores coisas.
A noite chegou rápido, e com ela o cansaço das longas caminhadas. Toca o telefone. Não tinha idéia de quem poderia ser e atendeu. Alguém que há muito não ligava resolveu dar "o ar da graça" e fazer o convite para vê-lo tocar na Barra da Tijuca. "Barra da Tijuca? Ao lado da Nuth? Lugar de Playboy? Vou ou não vou?", pensava ele, decidindo entre sair novamente ou ficar em casa naquela noite. Depois de saber quem mais iria comparecer, resolveu ir. Tomou uma ducha rápida, colocou seu melhor perfume, alinhou-se numa camisa de botões, pegou as chaves novamente, deu boa noite aos cachorros e saiu. Saiu decidido.
Chegou ao bar e a banda ainda não havia tocado. Seu amigo o aguardava do lado de fora. Entraram e este o conduziu até a mesa, onde suas duas amigas conversavam.

Apresentação formal, olhares informais.
Perguntas discretas, respostas indiscretas.
Palavras corriqueiras, sorrisos sedutores.
Conversa amistosa, olhares devoradores.

Perfumes maravilhosos, cheiros tentadores.
Músicas bem tocadas, repertório fraco.
Show medíocre, comentários brilhantes.
Pessoas diferentes, idéias semelhantes.

Conversa entre estranhos, intimidade de casal.
Campo magnético em Física,
ligações covalentes em Química.
Noite de encontros e encantos.

Isso foi há pouco mais de 7 meses, numa noite que poderia não ter existido de ambas as partes. Uma noite que poderia ter existido anteriormente e não se concretizou. Caminhos que poderiam ter-se cruzado em algum ponto no passado e não se encontraram, por força de algo muito maior.
Uma noite que estava predestinada e, como coincidências não existem, aconteceu no tempo certo.

4 comentários:

xistosa, josé torres disse...

Uma postagem intimista, dum momento em que se acende uma luz na terra.

Só desejo que ilumine por muitos e longos anos.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
xistosa, josé torres disse...

Transcrevo o que respondi ao seu post.


Eu conheço uma pessoa de mais fortes convicções e opiniões e que as descreve com grande candura e beleza.
Sempre simples, como beber um copo de água, mas incisivas no tempo e no local.
Não necessita do Freud, porque não possui ideias recalcadas, elas se soltam livremente.
É por isso que admiro a sua maneira de escrever
Confesso que ás vezes as palavras, não se encaixam no meu português, mas chego sempre ao âmago da intenção.
Um abração.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.