segunda-feira, maio 26, 2008

Gol contra

Hoje, as companhias aéreas oferecem ônibus aos seus passageiros que fazem o translado entre os aeroportos de uma mesma cidade. Aí você diz "que gracinha, como as empresas aéreas são fofas!"
Mas vamos com calma. De Guarulhos para Congonhas há um a cada 1 hora, inclusive de madrugada. Na minha singela opinião de consumidora que não sabe nada, não custava nada haver uma comunicação entre os motoristas dos coletivos e a central de pouso para não correr o risco de um passageiro que acabasse de aterrissar chegar ao ponto e descobrir que o ônibus acabou de sair.
No Rio, a situação é pior. Antes de deixar a aeronave, o comissário de bordo avisa, inclusive no seu não-inglês, que havia ônibus que levariam os clientes até outro aeroporto. Chegando ao ponto, a gente descobre que seria apenas dali a mais de duas horas. Ao reclamar, o funcionário aplica todo o seu treinamento para dizer "mas é uma cortesia".
Bom, primeiro lugar, a sua "cortesia" tá inclusa no preço pago, não há almoço de graça; nenhuma empresa manteria um serviço desses se significasse prejuízo. Mais ainda, se uma empresa decide ter tal ou qual prática, elas sabem o quanto aquilo as coloca na frente das concorrentes. E eu nem vou argumentar que, sendo uma prática generalizada, tola é aquela que não oferecer.
Segundo lugar, se você oferece um serviço, as pessoas contam com ele, se programam baseados nos recursos que possuem. Por que há a diferença (tão discrepante) entre uma cidade e outra? Ainda mais se pensarmos que estamos falando de duas metrópoles, com ponte aérea disputadíssima.
E no mais, vamos falar de polidez e educação? Porque uma empresa oferece uma cortesia se é pra ficar repetindo que não é para você contar com ela e que é um favor que ela te faz?

2 comentários:

Sasu disse...

Apoiado!
Só um detalhe: que eu saiba o assunto transporte é de total responsabilidade do governo, apesar de ser administrado por empresas. Seria MTO mais interessante que as grandes metrópoles tivessem um sistema de transporte intermodal, no qual há uma ligação entre avião, metrô, ônibus, trem, barca/barco, entre outros. Pois assim tanto os turistas, viajantes em geral, quanto a população conseguiriam se locomover de um lado a outro da cidade sem transtornos de qualquer espécie.
Beijos

xistosa, josé torres disse...

Apoiada!!!
Se for necessário, vou aí fazer barulho.
Seja a pagar ou de cortesia, têm que cumprir os compromissos assumidos.
Se fosse aqui no meu Portugal, seria uma oferta de veneno.
O autocarro arranca sem ninguém, as pessoas quando chegam não há transporte e acaba-se com o serviço, seja de cortesia ou pago, por não ter procura ...

Bom fim de semana.