domingo, outubro 26, 2008

Deve haver um jeito mais fácil

Durante a minha infância e pré-aborrescência, morei num prédio em que os piores de nossa espécie jogavam coisas nas pessoas pela janela. Foi com os meus vizinhos que aprendi que aquilo que via espatifado no chão, transfigurado, era apenas papel higiênico molhado, mais uma técnica que incluo na minha lista de terrorismo caseiro para a classe média.
Não há muito o que dizer, o nome é auto-explicativo; depois de pronto, é só arremessá-lo com força.
Nunca fui adepta de fazer isso janela abaixo (morei no 13º andar), achava injustiça demais o sujeito andando na rua ser atacado por um papel-machê mal feito. E sabia que isso machucava mesmo, tive até um amigo que levou pontos na cabeça por isso.
Admito, contudo, que adotei a prática nos meus anos de terroristinha-do-papai, dentro dos muros do colégio que detestava, onde estudei por longuíssimos 5 anos (não admito mais do que isso, Chato-pai lê meu blog, afinal!). Mas nunca fiz isso usando pessoas como alvo.
Mentira. Quando uma amiga minha entrava no reservado do banheiro, esta era a forma de apressá-la. E, naturalmente, ela fazia o mesmo comigo.
Foi uma fase, passou. Mas ultimamente me vem a idéia de retomar a técnica. Não, ninguém fica atravancando o banheiro, e quem devia parou de passar sob a minha janela. Mas acontece que para o meu aniversário eu resolvi aproveitar uma promoção e comprei um pacote com rolos graúdos, com 60m, certa de que não deixaria ninguém numa situação desconfortável num dia de festa. Só que meus convidados nem mesmo tocaram naquele pacotão. Sorte por um lado, azar pelo outro. Se alguém usar aquilo para limpar óculos, por exemplo, precisará de lentes novas, já que não vêm com toque de seda. E penso que poderia acender fogo com o que resta, ou qualquer outra coisa. Penso também que, se uma das gatas entrasse no banheiro e transformasse o rolo numa nova instalação de arte moderna, eu nem ia dar bronca.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gabriel Cruz disse...

Essa história me lembra quando eu olhava os tetos de papel machê que ficavam nos banheiros do meu colégio... era uma arte só...