quinta-feira, outubro 14, 2010

DMB, mídia e macete.

Numa avalanche de coisas novas — e boas — na minha vida, conheci Dave Matthews Band. Calma lá, eu sou esquisita, dada a um ostracismo, mas já tinha ouvido o grupo antes, uma ou outra música por aí, só não tinha dado a devida atenção. De fato, eles merecem atenção. No dia 8 tive o prazer de ir ao show que ocorreu no HSBC Arena, aqui no Rio. A formação é bem incomum, com alguns clichês do rock — como o baixista na sua self-trip e a voz do líder no melhor exemplo Eddie Vedder Institute of Music —, e outras coisas que saíram de lugar nenhum — como o violinista que parece aposentado dos ringues de WWE e o baterista ambidestro que faz qualquer percursionista dormir em posição fetal. Eu, sinceramente, a priori, pensei que uma banda com instrumentistas tão bons, incluindo as harmonias ousadas do Dave Matthews, merecia um voz tão técnica à altura. Não que eu tenha sido perfeitamente dissuadida desta idéia, apenas fiquei pensando que era exatamente no vocal que reside a propriedade de transformar músicas tão intrincadas em canções de apelo pop. E, sinceramente, mexer nisso por quê? Qual o problema de tocar para um grande público, afinal? E daí que ele canta seguindo os preceitos do vocalista do Pearl Jam? Até a Ana Carolina segue essa linha!
Mas há uma outra coisa bem interessante que merece ser mencionada. Depois de uma trajetória de paz e guerra com os críticos, alguns álbuns que motivaram críticas e acusações de que eles haviam se perdido, se vendido e todas essas coisas encantadoras que a mídia adora dizer, eles lançaram Big Whiskey and the GrooGrux King (2009), uma homenagem ao falecido saxofonista LeRoi Moore. E então, eis que, finalmente, eles voltam a ser elogiados e aclamados. Perfeito. Então o macete é esse, banda tá em baixa, mata um integrante, faz um álbum novo e pimba, billboards. Não é fácil, mas é simples.
Então eu me pergunto, será que os Titãs, em todos esses anos de existência, com toda aquela cabeçada de gente no palco, com mais integrante que banda de pagode, não podia, vez ou outra, fazer essa manobra? Tem gente para a causa, pode dispensar um membro, ou dois ou três, ao preço irrisório de fazer um disco bom. Os fãs agradeceriam.

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