Super-heróis são aqueles de super-poderes, que de uma forma ou de outra, sofreram o abandono ainda bem jovens e venceram a própria vida e condição humana, cheios do simbolismo e trajetória conturbada. Enfrentam super-vilões, adversários ardilosos que não cansam de serem derrotados; e sempre, sempre, portam nomes e roupas que só impõe respeito neles mesmos.
É justo isso? E eu?
Meu traje é uma calça jeans e a camisa que estava no topo da pilha. À exceção da minha paciência e meu campo magnético que só atrai loucos, nasci desprovida de poderes extraordinários. Sim, do meu nome eu gosto, embora ele sirva em outras pessoas também. Mas digo que meu adversário é mais implacável que todos os outros; todo dia, eu enfrento a Cidade (com letra maiúscula mesmo! E se puderem me ajudar, imaginem um acorde bem dramático ao lerem seu nome).
Todo dia, trava-se um combate entre eu e ela. Ela sabe criar os piores obstáculos, sem misericórdia alguma, sem o menor sinal de cansaço. Com seu exército implacável, bloqueia todos os meus caminhos, me impede de chegar aos lugares, por vezes me expõe à insegurança, fecha um túnel ou via sob tiros qual enxame insandecido ou pedregulhos. O que mais me impressiona é que seus soldados são pessoas como eu, que apenas diferem de mim por traje ou nome. É mesmo uma batalha que se pode vencer? E se for, até quando?
Inveja do Homem-Aranha cujo inimigo só tinha 8 braços e um gênio dos infernos.
Um comentário:
Nem todo super-herói tem capa ou alter ego, linda; mas uma coisa todos têm em comum: sabem que não podem esmorecer na luta, seja contra hiperlasers da morte ou a batalha do dia a dia. E relaxa que essa a gente tira de letra! :)
Beijos!
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