Não bastasse o banquete aos olhos e à alma que é a exposição, logo no início são apresentadas a evolução da fotografia e das técnicas de se capturar o momento. Neste trecho que é lembrado o homem que, provavelmente, é o maior responsável por esta revolução imagética: George Eastman e o seu advento da câmera portátil em 1888, sob o emblemático slogan You Press The Button and We Do The Rest, o que permitiu, nas palavras do próprios curadores, "que cada um se tornasse seu próprio cronista visual". É interessante como não se trata de uma exposição de gênios da arte, mas de coisas, cenas e pessoas cotidianas captadas por homens cujo brilhantismo mora no olhar, acima de tudo.
Não sei se foi mais pela beleza dos registros ou se pela beleza da companhia, dos sorrisos trocados, ou dos dedos entrelaçados, dum momento instantâneo de um beijo na larga escada do majestoso prédio; mas como não pensar que a nossa própria vida é cheia de momentos cinematográficos, tão dignos de uma mostra de molduras finas e ilumiação bem dosada?
Foto: Henri Cartier-Bresson
Rue Mouffetard, Paris, 1954
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