sexta-feira, junho 15, 2007

Instantâneos da Felicidade

Dia bom, depois de uma noite boa. Após uma manhã de teclas, pedais e versos de louvor em alemão, fui ao Centro Cultural Banco do Brasil para ver a exposição Instantâneos da Felicidade (algo de errado há com a página, fico então devendo o link) e foi uma das exposições mais cativantes que já vi. A proposta é mais do que interessante, a tese por trás é que "talvez uma imagem possa, sim, comunicar este estado aparentemente indefinível" o qual designamos por felicidade. Reuniu-se então trabalhos de 28 fotógrafos da segunda metade do século 20 em que momentos felizes são retratados. "E não o fazem apenas pelo que exprimem, mas também pela "felicidade"dos artistas que os souberam eternizar (e isso me remete diretamente à felicidade suprema de Alberto Ferreira ao registrar A bicicleta de Pelé).
Não bastasse o banquete aos olhos e à alma que é a exposição, logo no início são apresentadas a evolução da fotografia e das técnicas de se capturar o momento. Neste trecho que é lembrado o homem que, provavelmente, é o maior responsável por esta revolução imagética: George Eastman e o seu advento da câmera portátil em 1888, sob o emblemático slogan You Press The Button and We Do The Rest, o que permitiu, nas palavras do próprios curadores, "que cada um se tornasse seu próprio cronista visual". É interessante como não se trata de uma exposição de gênios da arte, mas de coisas, cenas e pessoas cotidianas captadas por homens cujo brilhantismo mora no olhar, acima de tudo.
Não sei se foi mais pela beleza dos registros ou se pela beleza da companhia, dos sorrisos trocados, ou dos dedos entrelaçados, dum momento instantâneo de um beijo na larga escada do majestoso prédio; mas como não pensar que a nossa própria vida é cheia de momentos cinematográficos, tão dignos de uma mostra de molduras finas e ilumiação bem dosada?

Foto: Henri Cartier-Bresson
Rue Mouffetard, Paris, 1954

Um comentário:

Anônimo disse...
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