segunda-feira, julho 02, 2007

Desde antes dos cronidas houve a beleza. Fora daquelas espumas da costa do Chipre. E cada um dos seus soube que rumos tomar. E a bússola apontava, mesmo sob a névoa no convés ou em meio à tempestade que rasgava as velas. Mesmo que os ventos gritassem que aqueles mares não se navega.
Antes do deus sonso era tudo silêncio, mas isso não quer dizer que a música, bela, já não estivesse lá, pedindo com os olhos as tripas e o coração para que seus sons se animassem. E sempre entoou-se o acalanto, sempre rufaram os tambores; mal sabiam que dialogavam. Não que antes não houvesse sorrisos e risadas; apenas desconheciam os motivos. Não que os lírios já não ali habitassem, mas precisavam da pena e da tinta para que fossem para sempre gravados.
Não que antes não se amassem; só antes não se conheciam.

Um comentário:

xistosa, josé torres disse...

O maior dos oradores não pode convencer mais do que as suas palavras, quer numa alvorada sonolenta, no aconchego da cama ou na hora das refeições.
Os dias não contam, pois estamos despertos e não ligamos ao que nos rodeia.
Este belo trecho é a poesia, a harmonia, o sonho, a fibra, a luta, a vitória.
Gostei.