Estava entrando em casa à noite. Antes de enfiar a chave na fechadura, sinto ela agarrar meu dedo. Fiz com que largasse, mas não teve jeito, agarrou na minha roupa. Então afastei os cachorros e entramos.
Tentei fazer com que ficasse na sala, ficaria mais confortável. Não quis, não teve jeito. Subi pro quarto, consegui fazer com que me deixasse por um minuto mas logo pulou e agarrou no meu pé. Estendi minha mão e ela também agarrou. Sentei-me na cama e então nos olhamos. Ela me fitava tranqüila, assim como eu a ela.
—Não quer me largar, é? Já é tarde, eu preciso dormir. Não precisa ir embora, mas preciso dormir.
Ela entendeu. Antes que me largasse, eu disse:
—Só não fica pela cama, posso machucar você. E Letícia vai ser seu nome, ok?
Ela não protestou.
Letícia me percorria sem pudores, resistia um pouco para largar meu dedo e subia sem receios na minha mão quanto eu tentava pegá-la. Tem pouco mais de 1,25" (será que de ontem pra hoje ela já cresceu mais?), lagartixa simpática ela. Então ela aceitou ficar na mesinha do telefone enquanto eu ia dormir. Uma fofa.
Hoje acordei, não vi Letícia. Que pelo menos ela esteja bem... Simpatizei mesmo com aquele olhar de suas pupílas verticais e seu sorriso largo e enigmático.
*Só pra não dar brecha pra idéia errada: acho o nome Letícia muito bonito. E ao longo da minha vida, conheci Letícias adoráveis. Nomeei-a com todo o carinho.
Um comentário:
Veja no banheiro, poderá ser um crocodilo-bébé e tenha procurado água.
Cuidado, não seja mordida!
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