domingo, dezembro 02, 2007

Rabiscando

Começa como um comichão.
Chato isso, porque essa frase nem é desse post. Aliás, o post dessa frase, por enquanto, é só éter; e sendo assim, pode terminar por pousar em qualquer outro blog, papel ou muro. E, no momento, o éter que me ronda anda lotado e arisco, dever ser o que em termos urbanos a gente chama de "engarrafamento".
Quando eu montei esse blog, queria de alguma forma dar palavras ao silêncio que havia se instalado na minha vida, mas sem quebrá-lo, idéia complexa. Até porque pode ficar a sensação de que eu queria gritar, fazer barulho, romper com a barreira do som. Não bem por aí... Mas fato é que ele adquiriu outras formas, deixou de se sentar no sofá da sala e passou a ocupar o cesto de revistas velhas, que vez ou outra saem de lá para terem suas idéias ou momentos revisitados.
E volto a escrever e reescrever minhas frases...
O que hoje eu uivo para a lua é esse meu silêncio na ponta dos dedos que me ajudaram a ser eloqüente quando era surda-muda. Idéias até tenho algumas, váárias, me faltam palavras e orações para" tornar a poética visível", então uso Veríssimo para me redimir, pedindo que pensem a poética nua, lisinha...

4 comentários:

xistosa, josé torres disse...

O éter volatilizou-se, mas como não era puro e ainda bem, deixou resquícios na Casa 101.
Há mais de uma hora que estou a ler a construção da casa, desde 31 de Outubro de 2005.
O sol continua a querer aparecer por entre a folha da palmeira ... talvez consiga e nasça um poema.
Li algo de Veríssimo.
Recordo-me de Olhai os Lírios do Campo, O Tempo e o Vento, Clarissa, Ana Terra, parece-me que é dele.
Gostei da escrita dele, foi ou era um idealista da vida selvagem e vivia obcecado por sexo.
Pelo menos é o que se subentende na sua obra.
Transforme as palavras em frases mais curtas e sei que sairão lindos poemas ... a semente está lá, porque se nota!
Cumprimentos.

Zumbi disse...

Tudo que vc escreve me diz muito
amo ler vc!

xistosa, josé torres disse...

Érico Veríssimo (1905-1975), Olhai os Lírios do Campo e Clarissa.
Foi este Veríssimo que li.
Há muito que deixei de acompanhar a escrita, quer brasileira, quer espanhola.
Já não falo na portugusa, onde tudo me parece uma máquina de fazer salsichas ...
Entram letras e papel e sai um livro.

Certamente estou a ser injusto ... mas o tempo não aumentou, como o pão, o leite, a carne, o peixe, as verduras e outros alimentos básicos.
Aqui, neste país, que logo que o meu filho case, arranco ... com motores de foguetão e vou para Espanha, aqui, a cultura é um luxo ... só para ricos e muito ricos!!!

xistosa, josé torres disse...

Afinal li algo de Luís Fernando Veríssimo.
Não sei qual o parentesco e a grandiosidade da obra dos dois, mas gostei mais do que li do Luís Fernando Veríssimo.
Com as devidas proporções, é mais o meu estilo de leitura, o mordaz, caricaturista, boémio ...
Lamentavelmente, a esta hora da noite, não vou procurar os livros que tenho, mas são mais que do Érico Veríssimo.
Tenho uma divisória da casa, (era um quarto), que tive de transformar em biblioteca.
São livros e mais livros.
Possuo uma casita no Norte, junto ao Rio Minho e a espanha, onde tenho montes de caixotes com livros.
Li tudo e por isso não posso recordar as pormenorizações de cada um.
Sempre li tudo o que "apanhava á mão de semear", se sou burro, não foi por não ter lido bastante.