Uma volta completa do Sol pelo salão

Começou com um boa-noite-prazer formal. Mas aí seguiu-se um olhar. E outro. No paço, então, veio um beijo roubado, de assalto mesmo. E o muro ruiu, sob protestos, mas sem resistência. E passou a haver sorrisos de novo.
Quarenta dias, 41 noites como um cordão de contas, veio uma pergunta. E da pergunta em diante, foi como um rio fluindo, sobre o qual não se pisa duas vezes, nem rápido nem devagar. Houve momentos de lençóis leves, ou cobertores felpudos; tênis, tamancos, botas e cachecóis, pantufas, sadálias, chinelos. Houve dias longos, tempo curto, noites em claro. Cheiros de lavanda, ágatha, essência de lírios despertas depois de muito tempo tristemente adormecidas, flor, 212 perfumes, todos escolhidos com extremo bom gosto.
Seguiram-se luas vivendo à base de amor e musse de maracujá, ou ainda a homus bi tahine, fartos sanduíches, vinho, pesto e fusilli, chocolates, temakis, cookies, rabanadas...
E de todos os momentos que já houve haverá tudo de novo. Mais doze meses se seguirão.