terça-feira, agosto 19, 2008

The Godbook

Subindo a ladeira da minha casa terminei de ler o Livro. Fechei-o e fitei os olhos afiados do grande Don. Ele não me retribuiu o olhar, apesar de seus filhos não me perderem de vista.
E segurar o volume na minha mão foi surpreendentemente novo. Depois de uma semana agarrada às páginas, consumida pela ardilosidade de Vito, pelo destino imperativo de Michael, pelos dramas de Kay, e pelas vidas e mortes indispensáveis; ler ...ela pronunciou as necessárias orações pela alma de Michael Corleone não traz uma sensação de paz por, afinal, não haver mais nada a ser devorado. É algo como intimidade, fina intimidade. Nos últimos dias, fomos inseparáveis, fui ávida por cada letra, palavra. E então, com as orações de Kay, eu o conheço da capo al fine, testemunhei as mentes sicilianas em suas estratégias, o xadrez que teve Nova Iorque como tabuleiro e as famiglias como peões. Do outro lado, na ponta de meus dedos, o livro conheceu minha rotina, conheceu meus colegas de todo dia que me viram a cada minuto livre sentar e me desligar de todo o resto. E assim, se por um lado desvendei, por outro fui mudada.
Foi como um acordo, uma omertà completa até em seu silêncio. Mas enfim, agora estou eu de volta.


Ah, redundante dizer, mas, só Marlon Brando poderia tê-lo interpretado.

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