segunda-feira, janeiro 05, 2009

Hoje e ontem

Esse final de ano, eu, ele e Chato-pai, mais uma vez, nos reunimos com pessoas muito queridas para celebrar a chegada de 2009 e ter bons momentos. Fomos para Cabo Frio, que dessa vez, estava mais lotada do que há 12 meses. Mas isso não tirou nada da alegria, nem mesmo a balbúrdia que ficava sob a nossa janela à noite e não nos deixava dormir; fora aqueles que querem deixar claro que são cariocas (chances altíssimas de serem flamenguistas) e passavam de carro tocando pancadão a ponto de abafar o vizinho cantor de chuveiro que morava no quinto andar quando ele resolvia dar outro concerto. Mas tudo bem, foi só uma questão de esperar um pouco mais na fila do Guitar Hero e caminhar um pouquinho para conseguir estender a canga na areia. Houve também outras vantagens, como a de ter acabado o sorvete de uma grande rede de fast-food célebre por seus milk-shakes, o que nos levou a prestigiar o comércio local, e descobrir que o Ovomaltine com selo Made in Cabo Frio era muito melhor e mais barato.
A cidade é leve, as praia são gentís, quem conhece sabe. Eu, particularmente, gostava de ficar lá de cima da varanda olhando os movimentos das águas e dos passos, vendo o sol lentamente alongar as sombras. Vi aquelas pessoas todas, a areia "preta de gente" e me lembrei de alguns bons anos antes de quando eu era criança e morávamos de frente à praia. Minha cama costumava ficar de baixo da janela do quarto que dividia com meu irmão, até que eu me enjoasse e resolvesse mudá-la de lugar, um pouco também para ter o prazer dali a um tempo de devolvê-la aonde estava antes.
Desde cedo, era comum eu deitar na cama e esperar que o sono viesse, e às vezes ele demorava muito. Então ou eu me esgueirava pelo corredor para ver a TV que meus pais estavam assistindo, sentada à frente da estante de livros, ou, quando todos já tinham ido dormir, eu me debruçava no parapeito e ficava admirando o farol daquela ilha lá longe piscar, lembro até hoje que o ciclo era de 8 segundos, enquanto o mar entoava sempre no mesmo tom a sua canção inacabável. E ali, com os meus olhinhos infantis brilhando às estrelas e às lanternas dos carros que passavam, eu me dizia:
— Nossa, tem tanta gente no mundo que tem até gente para passar aqui a essa hora.

Um comentário:

xistosa, josé torres disse...

O meu filho passou aí, no Rio o 31 para o dia 1.

É um fã do Brasil onde vai todos os anos depois do Natal.Chegou hoje, dia 8.
Amanhã parte para Manchester.

Se estava mais lotado em cabo Frio, foi um final de ano melhor.

Quantos mais passarem o ano, mais habitantes andam per esta "Terra".