quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Reacionária e moderna

Depois de ler o que o Allan Sieber escreveu:
Mais um Carnaval. Ronc. A semana do ano em que gerentes de banco, estudantes da PUC, donos de cartório e outros reacionários se transformam em pessoas extremamente libertárias com suas caipirinhas aguadas...

me bateu uma pergunta com som de vidro quebrado na cabeça, o que significa ser um passo para uma crise de identidade. Tenho tatuagem, foi a medida que encontrei para que, não importa o quê, a vida nunca vai conseguir me colocar num trabalho em que um colega é um caixa eletrônico; escapei de cursar uma faculdade de direito, e vocês sabem minha opinião sobre isso; mas aí eu já fui aluna da PUC. Bom, oficialmente ainda sou, já que minha matrícula está lá, esperando por mim.
Acontece que também não me encaixo neste predicado, em que se fala sobre caipirinhas aguadas e suas combinações libertárias. E aí que entra a minha pergunta: será que todo esse meu papo, essa minha pose, minha poltrona com estampa de quadrinhos, minhas teorias, meu capacho genial aqui no canto e meu nariz vermelho, não me confirma como uma pessoinha reacionária em um nível ainda mais intrínseco, já que nem nessa época eu me seduzo por essas besteiras todas?
Aliás, vocês também se lembram das minhas impressões sobre o carnaval.
"Reacionário"... engraçado, sem querer fazer qualquer crítica a qualquer autor de observações sobre o nosso momento atual, sempre vi nessa palavra uma forma de desvalidar argumentos alheios sem apresentar qualquer um plausível. Mas isso deve ser coisa dessa minha cabecinha retrógrada.

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