sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Questão sacal

Ontem fui a uma grande rede de artigos para decoração. Várias coisas interessante lá, vi uma sacola grande, com mais de meio metro de tamanho, de linhas retas, de lona feita a partir de garrafas PET recicladas, com um símbolo de reciclagem no cantinho inferior. Voei em cima da estante, para conferir o produto de perto, bem animada com a possibilidade de poder recorrer a ela nas minhas compras de mês ou de hortifruti. Qual foi a minha decepção quando vi que custa quase R$ 40,00.
Antes que me chamem de pão-dura, neta de libanês ou qualquer coisa do gênero, vou mostrar-lhes uma comparação. Naquele mesmo dia, numa loja do shopping de roupas femininas, vi uma bolsa grande, estilosa, de interior forrado com vários bolsos e compartimentos. E ela conseguia custar menos do que a primeira que mencionei. É natural que, comprando algo para andar na moda, de uma grife dentro de um grande shopping, cada um desses ítens "imaterias" estejam agregado ao preço do produto. E isso, de certa forma, é o caso da bolsa de garrafa PET, mas aí há uma questão que não deve ser ignorada: junto com esta bolsa ecologicamente correta, o que se busca promover é o consumo consciente e sustentável. E, simplesmente por isso, artigos como esses deveriam ter preços convidativos e mais viáveis. E o que acontece é exatamente o contrário, não sendo exclusividade desta loja.
Vejo muitas discussão sobre o problema que as sacolas plásticas vêm causando na internet, através de comunidades do orkut, de apresentações trocadas por e-mail e posts em blogs; como a Val mesmo relatou, algumas cidades do Brasil estão se movendo pela causa. Mas o que eu vejo por aí, fora de ambiente cibernético, é muito pouca coisa acontecendo. Sim, como eu disse, algumas empresas estão substituindo suas embalagens, o que é ótimo. Mas várias outras se mantém alheias ao problema, e isso gera alienação no consumidor.
Então a causa anti-sacolinhas começa a ganhar um contorno desagradável, fica parecendo coisa de gente estilosa, antenada e com dinheiro e tempo sobrando, e não que se trata de um problema global, que afeta desde os preços do petróleo até o meio-ambiente.
E aí dá para entender porque o mundo tá desse jeito toda errado.

Um comentário:

xistosa, josé torres disse...

A reciclagem fica cara.
Uma folha vulgar de papel para impressora, custa quase o dobro e o papel não é branco, mas pardo.
Primeiro tem que se mentalizar quem lança no mercado as más embalagens, que já foram boas e uma grande invenção.
O consumidor, sem poder de compra, opta pelo mais económico ... alguém o pode condenar?
Porque quem polui (quem lança produtos de difícil reciclagem no mercado) não paga, uma taxa, para se venderem produtos ecológicos à medida da carteira da esmagadora maioria da população.