quinta-feira, novembro 26, 2009

Cena: no quiosque de cachorro quente

Ontem, quando parei no meu quiosque usual para comer um cachorro quente, senti no ar uma certa comoção e ouvi quando um grupo de pessoas passou pragejando e prometendo cada uma ali esganar uma fulana. Ao ver a expressão no rosto da moça que sempre me atende, perguntei:
— Teve briga aqui?
— Cinco minutos antes de você chegar.
— Putz, perdi! Me arrependi de parar para comprar pão.
— E foi bonita! Parece até que a mulher arrancou a orelha da outra, tava sangrando demais.
— Nossa, do naipe TysonXHollyfield?
— É... — riu.
Aí um outro cliente no resistiu:
— E por quê brigaram?
— Homem. — respondeu resignada.
— É o segundo maior motivo de briga, né? — completei. — O primeiro é mulher.
Todos riram.
— É verdade.
Mas aí, numa segunda idéia, disse:
— Na verdade, acho que é o terceiro. O primeiro é dinheiro.
— Não! — discordou o cliente. — O primeiro é mulher mesmo.
— É, tem razão — corrigi-me. — Mulher não vale nada, todo mundo tem, até mendigo que sai na porrada por um pedaço de jornal para poder deitar. Ele não fica sem mulher. Mas dinheiro, ah, esse é para poucos.

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