segunda-feira, janeiro 25, 2010

À luz das letras

Vendo a lua,
aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
mas de bailarinos, e de você e eu.

Eu lembro de quando estudava cultura clássica na faculdade, uma vez lemos um texto em que o autor, já exaurido em suas pesquisas, confessa que não pode fazer mais progressos porque a literatura da época é escassa naquele campo. Como se tratava de um curso de Letras, as moças (sim, minha turma só tinha mulher!) ficaram discutindo sobre isso por horas, bom, não mais do que duas, porque era o tempo da aula. Mas ficamos todas embevecidas com o fato de um historiador se dobrar ao valor e à contribuição da literatura como memória, tal como os gregos bem reconheceram nos seus tempos passados.
E isto me veio à cabeça porque esta semana, entregue eu à leitura de Gênesis e Mistérios Divinos, este de Neil Gaiman, fiquei eu pensando sobre Deus, Lúcifer, perdão e conhecimento, vendo que o criador de Sandman e Coraline se atreveu a contar aquilo que o antigos hebreus não disseram; pensando também no Judas que Kazantzakis revelou ao mundo. E penso que mais uma vez a literatura ajuda a lançar outras luzes a tempos que não são nossos, ainda que estes sejam primordiais.

Nenhum comentário: