quarta-feira, maio 12, 2010

Parabenizando

Dei um concerto ontem, repertório pesado, mas saiu tudo lindo e eu dei conta. Uma conquista e tanto! Chato-pai, naturalmente, estava na platéia, isso porque eu tinha avisado que se ele faltasse, quem ia passar a pagar a minha terapeuta era ele.
No final do concerto, as pessoas vieram me cumprimentar, algumas emocionadas, outras ainda arrepiadas, e algumas situações curiosas, uma moça ficou esperando eu falar com cada um de lá até vir falar comigo, fazendo alguns dos elogios mais deleitosos que recebi na noite e ainda querendo meu autógrafo; um outro colega meu me agradeceu por tê-lo convidado e dado a ele a oportunidade de me ouvir, uma outra senhora se meteu no meio da foto e me não saiu até contar a sua história toda, e teve um sujeito que tava tinha passado uma colônia da fragrância cachaça que veio dizer que algumas coisas eu não tinha cantado tão bem e tal. Tudo bem por mim, acho mesmo que opinião do público não se corrige, cada um tem direito à sua e a nós cabe concordar ou não, guardei cada uma das reações das pessoas com muito carinho. Estiveram lá representados a instituição dos Designers Justiceiros, me pediram autógrafo também e eu até pensei em escrever "aos desingers", mas achei melhor não.
E teve o ilústre Chato-pai, hoje também sob a alcunha de Lord Vader, já que quando ele liga é a Marcha Imperial que toca; o que me transforma na Princesa Leia.
Depois de algumas arroizadas de festa, ele vem:
— Tira aqui uma foto comigo e com a sua avó.
Sem problema, um amigo querido me fez a gentileza de colocar seus dotes fotográficos ao meu serviço, a foto ia ficar ótima.
Depois de um tempo, vira e mexe, começa ele a perguntar se ainda íamos demorar muito porque a reserva do restaurante estava marcada para as 21h. Mais um pouquinho de tempo depois, ele começa a me perguntar se eu e minha distinta companhia podíamos ir para lá depois, porque ele tinha que chegar logo e se não perderíamos a reserva. Disse-lhe que dali a cinco minutos eu iria.
Ele desceu. Ele voltou, para avisar que já estava indo e que eu fosse depois, e me disse o nome do restaurante e perguntou se eu sabia onde era.
— Não.
— Ah, eu preciso ir! Já tá quase na hora e eles não vão segurar a nossa reserva.
— Eu não tô discutindo. Tudo bem. Aliás, gostou do concerto?
Ele fechou a cara, me olhou sério e respondeu:
— Hm, gostei, ué, que coisa!
E saiu logo depois disso, para que não ficássemos sem lugar para comer.
Despedi-me com calma dos remanescentes, desci as escadas com mais calma ainda — único jeito de se descer escadas depois de mais de uma hora em pé sobre saltos agulha de mais de 10cm.
Mas encerrando o suspense, Chato-pai chegou a tempo de pegar a nossa reserva. Nos reunimos lá, depois, um restaurante muito bom, aliás. Não foi difícil encontrá-lo, era a única mesa ocupada do salão.

Um comentário:

Ricardo Artur disse...

Ha, o Gabriel ganhou a aposta! Falou que iria virar post hoje!
Dá-lhe chato-pai!!