quinta-feira, setembro 11, 2008

Maldição

Eu tinha tudo para dizer que o dia de hoje foi um dia muito feliz, afinal eu comprei um pingüim para a minha geladeira, que ficou um bom tempo sem uma figura reinante em seu topo; inclusive consegui achar um no estilo clássico, como se tivesse posando para um rótulo da Antártica, tipo raro. Mas eu esbarrei de novo na minha maldição. Eu explico. Você lembram do livro, O Livro, poderosão, que me fez ficar uma semana com a cabeça baixa e cultivando um bico de papagaio amazônico. Tá, passou, uma semaninha.
Só que hoje eu recebi das mãos do meu fiel livreiro Expedição Kon-Tiki, que eu procuro há uns dois anos ao menos, desde que traduzi para o inglês uma entrevista do Amyr Klink em que ele dizia ser este o seu grande inspirador. São os relatos de um norueguês que, juntamente com 5 amigos e um papagaio(!), fez uma expedição através do Pacífico numa jangada feita de toras de balsa unidas por simples cordas, durante 101 dias, percorrendo 8 mil quilômetros, partindo de Callao, no Peru, e chegando até o arquipélago das Tuamontu, na Polinésia. Com isso, ele queria provar suas teorias de ocupação desta parte do mundo. A narrativa é deliciosa. E, whatahell, ele estava certo!
Antes que digam "Ah, são só 223 páginas, ainda tem mapas e fotos, você mata isso em menos de uma semana!", é preciso que saibam: semana passada, andando pela feira do livro no Largo da Carioca, eu encontrei Xógum, de James Clavell. A edição que eu já tinha me faltava 20 páginas; há uns 4 anos eu busco uma edição inteira. É considerado por muitos a grande saga do Japão medieval, mostrando um navegador britânico-holandês numa nação catequisada por jesuitas às portas da unificação feita por Tokugawa. Este último em questão são em dois tomos com mais de 600 páginas cada.
Aliás, falado em grandes esperas, no início desse ano eu ganhei dele A última tentação de Cristo, do Katzanzakis, que deu origem ao filme do Scorcese. Esse, então, foram mais de 7 anos caçando. Até agora eu não terminei de ler porque esse eu não tiro de casa nem para ler na calçada. Vou lendo aos pouquinhos, na cama antes de dormir, no sofá quando sobra um tempo. É leitura para se fazer com carinho, e não com fome.
Por quê eu falei em maldição? Porque além da total falência da minha vida social, ao acabar de ler esse livros, ou e faço sessões cavalares de RPG ou vai ser possível apoiar um chopp na minha nuca.

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