segunda-feira, janeiro 17, 2011

Irmandade

Pois é, como nem tudo são flores, e todo ano tem um da vez, a tragédia se abateu sobre a região serrana do Rio de Janeiro. Já se fala no maior desastre natural do Brasil, com mortos contabilizando mais de 500, e olha que as buscas só começaram. Além do fato de que não podemos medir uma catástrofe apenas por aqueles que se foram, porque muitos também foram aqueles que ficaram, sozinhos, sem nada. Falar em lado-positivo-da-situação acho ufanista demais, mas é extremamente comovente a mobilização que está acontecendo. Fica para mim que boa parte do que as autoridades e órgãos públicos está fazendo foi desencadeado pelas iniciativas da sociedade civil, que foi buscando seus próprios meios e caminhos para poder ajudar.
Se por um lado ficar fazendo auto-promoção com tragédia alheia é feio — como tá sendo o caso do Luciano Huck e seu Peixe Urbano —, por outro acho válido trazer um pouco de olhar da mídia por uma causa e, assim, conquistar a simpatia do povo, como tá sendo o caso do Petkovic, que abriu conta no banco para arrecadar dinheiro, criou um espaço na sua pizzaria para receber doações, carregou caixa e garrafa d´água para encher caminhões e, como se fosse pouco, deu sangue literalmente pela causa, e fez isso onde se deve fazer, no HemoRio.
Ontem fui contribuir um pouco. Eu e o futuro sr. Kath-do-Casa-101 fomos ao mercado e enchemos um carrinho com um tantinho de artigos de limpeza, outro de higiene, 18 garrafas d´água, fósforo, vela, e alimentos não perecíveis de pronto consumo.
E gostei de ver que várias outras pessoas também estava lá fazendo compras com o mesmo propósito. Eu confesso aqui que me sensibilizei bastante com tudo isso. As notícias são pesadas, as imagens são marcantes, as histórias são desoladoras; e então eu tento me transportar um pouco para dentro da tragédia para pensar no que mais está faltando. Dizer que "tudo falta" é fácil, mas entender a dimensão desse tudo é um exercício, difícil de ser feito idoneamente. Num email repassado por um amigo, uma moça falava que valia muito também mandar brinquedos para as crianças, numa hora em que tudo foi perdido, uma boneca ou um carrinho trariam um sorriso e um alento.
Achar pela cidade postos de arrecadação ou outros meios de ajuda não é difícil, qualquer coisa tem a pizzaria do Pet, como sabem.
Já que a tragédia é grande, todo pouquinho que a gente fizer ajuda, e ninguém é completamente dispensável na hora de se juntar esforços. Ontem mesmo já juntei algumas roupas masculinas, e hoje vai ser a vez do meu armário. Aproveito e também deixo aqui o blog de um grande amigo, que — além de ajudar — converge esforços.

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