sexta-feira, abril 15, 2011

A coluna do psicólogo explica II

Por mais que eu resista, faça pouco caso e desdenhe, chega uma hora em que eu sucumbo à tentação e me dou ao luxo de me entregar à leitura de uma revista-mulherzinha. Assim como da outra vez, também me rendi a uma Nova, agora com a Deborah Secco na capa. Não, eu não sou lá muito fraca de vontade, pelo contrário, me limito a comprar uma quase que a cada olimpíada. E isso é um mérito e tanto, afinal o visual é tentador demais com chamadas de "emagreça comendo", "fique linda-loira-e-japonesa" ou "os segredos da felicidade". Dessa vez, eu comprei seguindo o conselho de uma aluna, porque devo admitir que o que li na capa não me foi assim tão tentador. Me dizer que os homens querem casar, sim!, comigo! não me causou frisson, eu já faço parte desta estatística e estou muito bem onde estou. Mas com as palavras da minha aluna, mais a abstinência desse tipo de leitura há tanto tempo, ah, por quê não?
Minha opinião não mudou lá muita coisa. Vi de novo dicas de moda que não me valem nem para o carnaval e torci o nariz para o título "batons que valem uma promoção", super adequado para mulheres que querem se firmar no mercado de trabalho graças às suas competências.  Mas nem tudo pode ser assim tão ruim, eu admito que as dicas de maquiagem são bem interessantes. Além do mais, esta edição trouxe uma reportagem que achei bem interessante, chamada "Os 10 mandamentos da terapia", basicamente como aquelas coisinhas que passamos anos buscando no divã mas que terminamos correndo atrás somente do nosso próprio rabo. Uma delas é a de não esbravejar em vão, o que significa lidar com a raiva de uma maneira madura, brigar quando necessário e agir para mudar o que precisa ser mudado. Devemos também não reprimir nossos sentimentos e sim entender como tratar deles de uma forma madura, mas eu tenho que dizer que dos 10, o que mais me chamou a atenção foi "não levantar falso testemunho", o que significa não fofocar, não perder tempo falando mal dos outros, porque, além de ser improdutivo, denota uma dificuldade de lidar com as nossas próprias dificuldade; quem se apega a algum aspecto, significa que este é um dos nossos pontos fracos.
Muito justo, justíssimo! Se tem uma coisa que acho feia, muuuito feia, é fofoca, pessoas falando mal umas das outras, disseminando coisas ruins, palavras de injúria e difamação. E vejo que quanto mais as pessoas falam, mais elas se expõe, mas abrem guarda e terminam se expondo no próprio verbo, caindo em contradição.
Dizer que a reportagem me ensinou a lição de que fofocar é feio não posso, este é um esporte que não gosto. Mas aprendi, mais uma vez, que podemos aprender coisas boas de qualquer lugar, basta querermos aprender. Iluminação, ascensão, transmutação, aprendizado — não importa a palavra que se dê — está aí para aqueles que a buscam a tal ponto que não ficam buscando rótulos ou formatos cristalizados.

Nenhum comentário: