quinta-feira, junho 30, 2011

Novos cargos

Como estou em uma cidade muito utilizada como aeroporto de meteoritos — do dia para noite abre uma cratera imensa, bem no meio da rua —, ouvir CDs pode se tornar uma experiência frustrante com o tanto que a música fica pulando, fora o medo de arranhá-los. Rádios de notícia se tornam uma boa opção, primeiro pelo fato de ficar informada com os acontecimentos, incluindo notícias de trânsito, mas também por não ter que aguentar locutores de língua presa tentando salvar minha alma.
Não há bem uma que eu tenha preferência, fico trocando entre as duas grandes de acordo com o nível de meu interesse sobre a notícia sendo transmitida, ou então conforme o comportamento dos locutores. Às vezes eles perdem a linha a tal ponto que me pergunto se alguns daqueles de língua presa não estaria falando algo melhor. E aí eu penso que poderiam criar um novo cargo, chamado instant-ombudsman, e botar uma pessoa com apurado senso crítico, nem precisava ser eu. O sujeito não teria uma sala com secretária, não receberia relatórios nem se preocuparia com papelada. Ele ficaria atrás do locutor durante a programação, e quando o Ricardo Boechat radialista começasse a se empolgar, ele daria um pescotapa de cunho prestenção no sujeito, que poderíamos dar nomes mais tênues, como instrumento regulador de qualidade. Para ninguém dizer que os patrões são desumanos, ele poderia ter um banco para ficar sentado, daqueles altos, mas não há muito o que se fazer para salvar seu punho de uma LER, ele não poderia ser econômico em seus IRQs, só se o Ric, não, o radialista contivesse um pouco mais sua empolgação e não pensasse que está no bar da esquina.

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